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Lindos versos escritos no verso daquele recado que mandei para ti, mas fui censurado. Censurado pela falta de espaço em meus cadernos e pela falta de bytes em meu computador. O palco estava pequeno, enquanto meu mundo particular virara infinito, transbordavam letras, dizeres, versos e trovas. Quero zero de empecilhos para publicar o que percebemos, o que sentimos, o que musicamos e provocamos. A transitoriedade da vida não nos permite ficar inertes enquanto vivemos, logo produzimos. A inquietude que nos caracteriza produz obras que camuflam a referida efemeridade e nos fazem eternos. Nossas obras, enfim todas as obras mundo afora, não são para ficarem escondidas, tímidas e acuadas. Elas precisam do ar, do vento, do sobro e do colo da liberdade para viajarem e permitirem aos outros se deliciarem, ou mesmo cuspirem um pouco delas, mas, enfim, experimentá-las com total despretensão e sem censura. Com plena Censura Zero. Este é o nosso espaço.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Um instante

(Paulo Robson)

Minha arma é a calma
Pra matar o tempo
E esperar o momento
Da euforia passar

Ouvir um acalanto
Que seja alto mas nem tanto
E num encanto
Ver o sereno chegar

Do agito que esvazia
Noutro remanso
Forja a calmaria
Pra bem longe descansar

Minha ciência está na paciência
No repouso da consciência
No estar bem e sentir paz
De tão Zen que me refaz

Numa pressa que se foi
Na correria nem se via
A folia da criança que sorria
E o senhor que disse: Oi!

Devagar pra eternizar
Um instante de segundo
Pra divagar pelo mundo
Ser etéreo sem se afugentar

Não satisfaço o apego
Não fico, permaneço
Aproveito o sossego
Só pra ver a alma sossegar

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