Páginas



Lindos versos escritos no verso daquele recado que mandei para ti, mas fui censurado. Censurado pela falta de espaço em meus cadernos e pela falta de bytes em meu computador. O palco estava pequeno, enquanto meu mundo particular virara infinito, transbordavam letras, dizeres, versos e trovas. Quero zero de empecilhos para publicar o que percebemos, o que sentimos, o que musicamos e provocamos. A transitoriedade da vida não nos permite ficar inertes enquanto vivemos, logo produzimos. A inquietude que nos caracteriza produz obras que camuflam a referida efemeridade e nos fazem eternos. Nossas obras, enfim todas as obras mundo afora, não são para ficarem escondidas, tímidas e acuadas. Elas precisam do ar, do vento, do sobro e do colo da liberdade para viajarem e permitirem aos outros se deliciarem, ou mesmo cuspirem um pouco delas, mas, enfim, experimentá-las com total despretensão e sem censura. Com plena Censura Zero. Este é o nosso espaço.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Tênis

Flaygner Matos (23/12/2011)

Saberemos o que é saudade
Quando em fim a hora chegar
No momento em que eu estiver aqui
E você me mandar um beijo daí

Saberemos o que é distância
Quando o telefone não resolver
Saberei o que é perder
Quando noutros braços você estiver

Enquanto amarro o tênis
Sinto que deveria calçar sapatos
Enquanto meus discos forem arte
Sinto que deveriam ser emoção

No tempo em que sozinho
Parecia ser possível resolver
O pequeno resto de solidão
Sinto em você um distante coração

Nenhum comentário:

Postar um comentário