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Lindos versos escritos no verso daquele recado que mandei para ti, mas fui censurado. Censurado pela falta de espaço em meus cadernos e pela falta de bytes em meu computador. O palco estava pequeno, enquanto meu mundo particular virara infinito, transbordavam letras, dizeres, versos e trovas. Quero zero de empecilhos para publicar o que percebemos, o que sentimos, o que musicamos e provocamos. A transitoriedade da vida não nos permite ficar inertes enquanto vivemos, logo produzimos. A inquietude que nos caracteriza produz obras que camuflam a referida efemeridade e nos fazem eternos. Nossas obras, enfim todas as obras mundo afora, não são para ficarem escondidas, tímidas e acuadas. Elas precisam do ar, do vento, do sobro e do colo da liberdade para viajarem e permitirem aos outros se deliciarem, ou mesmo cuspirem um pouco delas, mas, enfim, experimentá-las com total despretensão e sem censura. Com plena Censura Zero. Este é o nosso espaço.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mal por nós

(Flaygner Matos)

Ouvir você dizer que agora está tudo indo bem
Trás uma dor que eu sabia existir
Só não estava pronto então, a lhe ouvir dizer
Agora dói tanto que sinto a cor da dor

Parece até ser mal por nós
Mas nem tanto assim essa dor é triste
Bem que se ela lhe trás a felicidade
Para mim a tristeza se vai

Talvez nem vá
Apenas se esconda
Atrás do medo de sofrer
Ou do meu faz de conta

Não sei ao certo a dor que sinto
Que aperto é esse aqui no peito
Sutil e devastador ao mesmo tempo
Então leva e traz a minha paz, quando vai e volta

Falar em mim é lhe ter sempre por perto
Mesmo que não lhe tenha outrora
Mas assim seria eterna a dor
Ao saber que feliz seria então

Um som leve e triste
Numa canção do Raul
Solidão agora
Coração cheio amanhã

Sinto engasgar meu coração garganta
A comida voltar pela boca
Lágrimas nos olhos a cada palavra insólita
Aos deslizes do que me dizes

Falar em mim é lhe ter sempre por perto
Mesmo que não lhe tenha outrora
Mas assim seria eterna a dor
Ao saber que feliz seria então

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